Alimentos "Reimosos"

Esta matéria me lembrou Giselle, maranhense, vizinha e amiga de um bom humor sem precedentes, que um dia bateu à minha porta convidando para saborear um prato típico de sua terra (Sururu) e depois "desconvidou" quando soube que eu estava recém-operada....não entendi nada na época....só me dizia que não podia, que o prato era "reimoso" e pronto....fiquei morrendo de vontade de provar o tal Sururu e não deixaram mesmo....mas o convite foi renovado outras vezes e aceito, sem REIMAS...(por sinal muitoooo bom!! - feito pelas mãos de fada de D. Gerusa), acompanhado de Guaraná Jesus, um refrigerante cor-de- rosa lindo, com sabor que lembra canela, só comercializado lá em São Luiz.

O que são alimentos reimosos?

Não se trata de nenhuma classificação científica e sim de uma expressão antiga, ligada à sabedoria popular.

Ainda bastante utilizado no Nordeste brasileiro, o termo define alimentos que podem provocar inflamação na pele por reação alérgica.

Também chamados de "alimentos carregados", o que os reimosos costumam ter em comum é a alta concentração de proteína e gordura animal.

Carne de porco e de pato, camarão, caranguejo, moluscos e ovos encabeçam a lista.

"O que o povo chama de reima pode ser considerado um alergênico, que provoca reações em determinadas pessoas: coceira, diarréia e até intoxicações mais sérias em pacientes alérgicos", afirma Maria Lúcia Barreto Sá, nutricionista da Universidade Estadual do Ceará.

O adjetivo "reimoso", em si, pode ter outros sentidos:

"Significa não só qualquer coisa que faz mal ao sangue, como pessoas rabugentas e mal-humoradas.

‘Reima’ é uma variante de ‘reuma’, que vem do grego e está também na raiz da palavra reumatismo, pois queria dizer originalmente corrimento ou catarro", diz Reginaldo de Carvalho, professor de português da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo.

1. Após a digestão do alimento reimoso, a proteína e a gordura penetram a corrente sangüínea e invadem os mastócitos, células responsáveis pelas reações alérgicas

2. A reação de defesa é imediata: os anticorpos IgE, células protetoras na superfície do mastócito, contra-atacam os invasores com disparos de histamina

3. Quanto mais alérgica for a pessoa, maior o número de anticorpos IgE. Nesses casos, a luta é tão violenta que acaba estourando o mastócito e liberando para o exterior as células de histamina. Ao chegar à pele, a histamina provoca coceira e inflamação: é a famosa reação alérgica

Fonte: Ezelildo Dornelas